Luiz Fernando Evaristo

Reginaldo Aracheski, um advogado apaixonado pela memória do futebol, fez uma contribuição admirável à sua cidade natal, a Lapa, no Paraná, ao estabelecer um museu peculiar e fascinante. Localizado em uma casa histórica erguida em 1897, na renomada Praça General Carneiro, próxima à imponente Igreja Matriz, o museu de Aracheski é uma homenagem viva à rica história desse esporte apaixonante.

O museu de Aracheski se destaca pelo seu acervo impressionante, que abriga mais de 700 peças distintas, incluindo uma variedade de quadros, pôsteres e itens raros. Parte do charme deste espaço é a história por trás de cada item em exibição. Reginaldo Aracheski, movido por sua dedicação incansável, empreendeu viagens inesquecíveis para se encontrar com lendas do futebol. Ele visitou locais emblemáticos em companhia de ícones como Marinho Chagas, Tostão, Zito, Pepe, Lima, Dorval, Clodoaldo, e Mazola, cujas lembranças e relíquias ocupam um lugar de destaque dentro das paredes do museu.

Ainda necessário acrescentar mais dois grandes ídolos, dentre tantos, que Reginaldo conheceu com as suas andanças futebolísticas, conquistando uma verdadeira e sincera amizade: um deles, Angelo Benedetto Sormani que jogou com Pelé no Santos e foi para a Itália e jogou no Milan, Fiorentina, Roma e Seleção Italiana. Em Roma, os dois encontram-se e a conversa não acaba em menos de cinco horas na casa de Angelo. A memória do futebol é o assunto predileto de Reginaldo e, só para se ter uma idéia, na primeira vez que encontrou-se com Eusébio em Lisboa, a conversa se estendeu por quatro horas com o Pantera.

Outro ídolo de Reginaldo que lhe deu a maior alegria no futebol foi Roberto Rivellino. Em sua entrevista concedida à reporter Bianca Souza da Universidade do Esporte, revela ter conhecido o Patada Atômica do México e que ter conquistado a sua amizade é um de seus maiores orgulhos. Além disso, também destaca-se que nessa paixão sobre o resgate da história do futebol, Reginaldo Aracheski já apresentou dezenas de lives para o Canal do Museu de Esportes de Maringá juntamente com o jornalista Antônio Roberto de Paula.

Entre os tesouros mais valiosos do acervo estão uma coleção diversificada de antigas bolas de “tento”, adquiridas em renomados museus ao redor do mundo. Essas bolas representam a história e a evolução do esporte ao longo dos anos, provenientes de clubes prestigiados como Real Madrid, Barcelona, Milan, Benfica e Olympiakos de Atenas.

Contudo, o que torna este museu verdadeiramente especial são três peças de valor inestimável. A primeira é a camisa usada por Pelé durante a emocionante vitória da Seleção Brasileira contra a Seleção do Paraná em 1968, no Estádio Belford Duarte. Essa relíquia histórica foi generosamente doada pelo renomado radialista paranaense José Domingos Borges Teixeira, tornando-se uma das peças mais admiradas e reverenciadas do museu. Além disso, o museu orgulha-se de exibir as chuteiras usadas por Jackson do Nascimento, uma lenda do Athletico Paranaense, em sua última partida pelo Furacão na Baixada, em 1954. Essas chuteiras testemunharam momentos épicos e históricos do futebol local, permanecendo como uma prova tangível do legado duradouro deixado por um jogador excepcional.

Além disso, o museu abriga duas fotos autografadas de próprio punho pelo lendário Di Stéfano, obtidas durante a viagem de Reginaldo Aracheski a Madrid. Essas fotos servem como uma conexão preciosa entre o passado e o presente, inspirando os visitantes a apreciarem e valorizarem a herança única e universal desse esporte magnífico. Com sua riqueza de história e paixão dedicada, o Museu de Reginaldo Aracheski se estabelece como um destino imperdível para todos os entusiastas do futebol e amantes da cultura.