Marinho Chagas, o Bruxa

17 de janeiro de 2024


Marinho Chagas, uma lenda do futebol brasileiro, nasceu em Natal (RN) em 8 de fevereiro de 1952, sendo o caçula de uma numerosa família com nove irmãos. Sua jornada no mundo do futebol começou em 1967, quando foi descoberto por um sargento que o levou para o Riachuelo Atlético Clube, uma equipe vinculada à Marinha. Dois anos mais tarde, em 1969, o jovem talento foi adquirido pelo ABC, um dos principais clubes do Rio Grande do Norte.

Foi em 1971 que Marinho Chagas deu o salto para o Náutico, clube pernambucano, onde ganhou destaque como o “Canhão do Nordeste” devido ao seu potente chute. Seu desempenho distinto chamou a atenção do Botafogo, clube carioca que o contratou em 1972. Sua estreia pelo Botafogo ocorreu em um jogo contra o Santos de Pelé no Maracanã. Já em 1973, o lateral-esquerdo destro foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, marcando o início de uma trajetória brilhante.

Marinho Chagas não era apenas um defensor habilidoso, mas também inovador em sua posição. Atuando como lateral-esquerdo, ele tinha a peculiaridade de ser destro, desafiando as expectativas convencionais. Sua abordagem ousada, avançando e apoiando o ataque, revolucionou a posição. Sua consagração veio na Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, onde se firmou como titular, sendo escolhido o melhor jogador do Brasil e o melhor lateral esquerdo do torneio. Ao longo de sua carreira internacional, disputou 28 partidas pela Seleção e marcou 4 gols, deixando uma forte marca no futebol brasileiro.

Além das conquistas em campo, Marinho Chagas recebeu reconhecimento através de prêmios individuais, como a Bola de Prata em 1972, 1973 e 1981, e o prestigioso Prêmio Rei da América em 1974, concedido pelo jornal uruguaio El País. Sua personalidade irreverente também o destacava, tornando-o uma figura cativante dentro e fora do campo.

Em 1977, Marinho Chagas transferiu-se para o Fluminense, marcando mais um capítulo em sua carreira. No ano seguinte, em 1978, Pelé o levou para o Cosmos, time de Nova York, nos Estados Unidos. Embora tenha sido um destaque nas Eliminatórias, em 1978 ele foi injustamente deixado de fora da Copa do Mundo pelo técnico Cláudio Coutinho, juntamente com Falcão.

Em 1981, retornou ao Brasil para jogar pelo São Paulo, encerrando sua carreira como jogador em 1988, atuando pelo Harlekin Augsburg, na Alemanha. Após a aposentadoria, Marinho Chagas seguiu carreira como treinador, trabalhando nos Estados Unidos, na Líbia e em Malta. Além disso, tornou-se comentarista de TV em Natal, sua cidade natal.

A trajetória de Marinho Chagas na vida esportiva foi interrompida de forma prematura em 1º de junho de 2014, quando faleceu após sofrer uma hemorragia digestiva. Sua contribuição para o futebol brasileiro e sua ousadia dentro de campo permanecem como parte integral da rica história do esporte no país.


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