A Incrível Jornada do Goleiro Peri Peri

25 de outubro de 2023


Peri Peri, cujo nome verdadeiro era Hamilton Ferreira Leal, entrou para a história do futebol brasileiro não apenas como um goleiro excepcional, mas também como um exemplo de determinação e dedicação. Sua jornada começou em 1930, quando nasceu no humilde bairro de Peri Peri, em Salvador, Bahia, e daí veio seu apelido como jogador. Desde cedo, mostrou um talento inato para o esporte, e aos 20 anos de idade começou a trilhar seu caminho no mundo do futebol ao ingressar nas categorias de base do Vitória, clube renomado em seu estado natal.

Em 1952, teve a oportunidade de brilhar no cenário nacional ao assinar com o Botafogo, um dos gigantes do futebol do Rio de Janeiro, onde compartilhou o campo com lendas como Garrincha, Didi e Nilton Santos. Sua passagem pelo clube foi breve, pois questões familiares o levaram de volta a Salvador após apenas um mês de atuação pelo time carioca.

Apesar desse revés, Peri Peri não se deixou abater. Em 1955, encontrou um novo lar no modesto Fluminense, de Feira de Santana, na Bahia. Suas habilidades impressionantes rapidamente chamaram a atenção, levando-o a ser convocado para integrar a Seleção da Bahia no prestigioso Campeonato Brasileiro de Seleções daquele mesmo ano.

Contudo, foi em 1957 que Peri Peri alcançou o ápice de sua carreira. Apesar de representar um clube pequeno do interior nordestino, sua excelência não passou despercebida, resultando em uma convocação para a Seleção Brasileira na Taça Bernardo O’Higgins, um feito impressionante que solidificou seu nome no panteão dos grandes do futebol brasileiro.

Após encerrar sua carreira no esporte em 1960, Peri Peri escolheu uma nova trajetória dedicando-se ao ensino como professor de Educação Física. Sua generosidade e disposição para ajudar o próximo o levaram a se tornar também auxiliar de enfermagem, oferecendo cuidados atenciosos àqueles que necessitavam. Mais tarde, passou a coordenar a equipe de mergulho da estatal em Paulo Afonso, na Bahia, contribuindo com seu conhecimento técnico e experiência para o desenvolvimento da atividade na região.

Em 2016, a cidade do Rio de Janeiro teve a honra de tê-lo carregando a Tocha Olímpica durante as Olimpíadas, reconhecendo não apenas suas contribuições para o esporte, mas também para a comunidade em geral. Sua partida em 16 de março de 2019, aos 91 anos de idade, deixou um vazio no coração dos amantes do futebol e daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Peri Peri será sempre lembrado como uma inspiração para gerações futuras, um exemplo de superação e dedicação que transcende as fronteiras do esporte.


2 respostas para “A Incrível Jornada do Goleiro Peri Peri”

  1. Conheci e vi o goleiro Peri Peri atuando com seu uniforme todo preto no Estádio de Feira de Santana Ba. Isso aconteceu por volta de 1957 quando eu residia na rua do Minador em Feira. Ele jogava no Fluminense de Feira e ainda era adolescente, tinha se não me engano 8 anos. Ele era realmente um excelente goleiro.

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