Gentil Cardoso, o Técnico Inovador

19 de novembro de 2023


Gentil Cardoso foi, sem dúvida, um personagem marcante e inovador no mundo do futebol brasileiro. Sua trajetória como técnico é repleta de conquistas e contribuições para o esporte. Sua visão vanguardista e suas técnicas revolucionárias fizeram dele uma figura emblemática no desenvolvimento tático e na forma como os treinadores se comunicam e preparam suas equipes.

Com o América carioca foi campeão do Torneio Relâmpago de 1965; com o Fluminense foi campeão carioca de 1946; com o Corinthians foi campeão da Taça Cidade de São Paulo em 1948; com o Vasco da Gama foi campeão carioca em 1952; com o Botafogo foi campeão do Torneio Interestadual de 1954; com o Sport foi campeão pernambucano em 1955; com o Santa Cruz foi campeão pernambucano em 1959; e com o Náutico foi campeão pernambucano em 1960.

Ao utilizar suas experiências na Marinha Mercante e suas observações sobre o futebol inglês, Gentil foi um dos pioneiros a introduzir conceitos e métodos de treinamento mais avançados para a época. Seus sucessos em diversos clubes do Brasil atestam sua habilidade e conhecimento no comando das equipes.

Além disso, suas expressões e frases memoráveis também contribuíram para a construção de sua personalidade no meio futebolístico, contribuindo tanto em termos de títulos conquistados quanto na influência que teve sobre gerações futuras de técnicos e jogadores.

Perguntado por um repórter sobre suas chances de vitória contra o Vasco, no estadual de 1964, o técnico, na época dirigindo a Portuguesa carioca, respondeu: “Vai dar zebra”, numa alusão ao jogo do bicho (no qual a zebra não existe), consagrando a expressão para definir um “azarão”. Outros termos famosos foram “cobra” para o jogador perigoso, geralmente um meia ou atacante; e “brincar nas onze” para o atleta capaz de exercer múltiplas funções.

A utilização do megafone para se comunicar durante os jogos e a prática de esquematizar táticas na lousa foram inovações que se tornaram comuns no mundo do futebol, mostrando sua capacidade de pensar fora da caixa e buscar maneiras diferentes de treinar e orientar suas equipes.

Seu desejo de deixar sua marca para a posteridade e ser lembrado como alguém que contribuiu para o desenvolvimento do futebol foi admirável, e sua partida em 8 de setembro de 1970, vítima de complicações de uma úlcera gástrica, representou o fim de uma era, mas seu impacto permaneceu e continua a influenciar o esporte até os dias atuais. Antes de falecer disse a seus amigos: “Sou o técnico mais antigo do mundo. Quando partir, quero deixar escola”.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *