O Polêmico Seleção Brasileira x Seleção do Paraná em 1978

10 de julho de 2024


No dia 22 de março de 1978, durante a preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo daquele ano, o Brasil enfrentou em um amistoso a Seleção do Paraná. A partida foi realizada no Estádio Couto Pereira, em Curitiba, e atraiu um público significativo, ansioso para ver os craques em campo.

A equipe brasileira entrou em campo com a seguinte formação: Leão no gol, Toninho, Oscar, Amaral (que foi substituído por Polozzi durante a partida) e Edinho na defesa; Toninho Cerezo (substituído por Batista no decorrer do jogo), Rivelino e Zico no meio-campo; e no ataque, Tarciso, Reinaldo (substituído por Nunes) e Dirceu. Era um time estrelado, cheio de jogadores renomados que prometiam dar um show de bola.

Por outro lado, a Seleção do Paraná alinhou com Altevir no gol, Hermes, Gilberto, Deodoro e Claudio Marques (substituído por Raul) na defesa; Didi, Rotta (substituído por Adilson) e Aladim no meio-campo; e Wilton, Bira Lopes (substituído por Edu Coimbra) e Nivaldo no ataque. A equipe paranaense, composta por jogadores talentosos, estava determinada a mostrar seu valor contra a poderosa seleção nacional.

O primeiro tempo do jogo foi acirrado e, de certa forma, até violento. A torcida paranaense estava inflamada, principalmente devido aos cortes que o técnico Cláudio Coutinho havia feito na convocação final para a Copa do Mundo, deixando de fora os craques Falcão e Marinho Chagas. Essa insatisfação refletiu-se na atmosfera tensa dentro do estádio. A torcida local não escondia sua revolta e impaciência com a situação, especialmente quando parecia que o árbitro, Airton Vieira de Moraes, estava favorecendo a Seleção Brasileira com algumas decisões controversas.

A tensão em campo era evidente, com jogadas duras e disputas acirradas a cada lance. Os jogadores da Seleção do Paraná, motivados pela paixão de sua torcida, não hesitaram em fazer entradas firmes e, em alguns casos, violentas, tentando neutralizar a habilidade técnica dos jogadores brasileiros. O clima no estádio era de pura adrenalina, com a torcida vibrando a cada jogada e protestando veementemente contra qualquer decisão que consideravam injusta.

Apesar de todas as dificuldades, a Seleção Brasileira conseguiu manter a compostura e demonstrar a qualidade que era esperada de um time de sua estatura. A partida seguiu sem gols até os momentos finais, quando Nunes, que havia entrado no lugar de Reinaldo, conseguiu marcar um gol decisivo para o Brasil. O gol no finalzinho da partida foi o suficiente para garantir a vitória por 1×0 para a seleção nacional, mas também serviu como um estopim para a insatisfação da torcida paranaense.

Quando o juiz apitou o fim do jogo, a frustração e a revolta da torcida local atingiram seu ápice. Sentindo-se lesados tanto pela atuação do árbitro quanto pelos cortes na seleção, os torcedores começaram a atirar pedras para dentro do campo, criando um cenário de caos e violência. Jogadores e oficiais tiveram que deixar o campo rapidamente para evitar maiores incidentes.

Este amistoso em Curitiba não foi apenas um teste para a Seleção Brasileira em termos de preparação técnica e tática para a Copa do Mundo. Foi também um exemplo claro de como o futebol pode despertar emoções intensas e reações passionais tanto dentro quanto fora de campo. A partida contra a Seleção do Paraná ficou marcada na memória dos torcedores e dos jogadores como um jogo de superação e resistência, tanto pelas dificuldades enfrentadas quanto pela forma como o time conseguiu sair vitorioso em meio a um ambiente hostil e desafiador.


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